quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Farinha de Vísceras

A indústria de rações atualmente demanda grande volume de ingredientes alternativos, ao milho e farelo de soja, já que esses últimos sofrem grande variação de preços por serem commodities. As rações são formuladas em base aos ingredientes milho e farelo de soja, considerando as fontes energéticas e protéicas, respectivamente. Os ingredientes alternativos só devem ser utilizados nas rações, quando se conhece sua verdadeira composição química, os fatores antinutricionais, o preço e resultados no desempenho dos animais. As variações encontradas na composição dos diversos produtos de origem animal dificultam sua utilização na fabricação de rações. As farinhas de origem animal (FAO) também são ricas em lipídios e, portanto possuem maior facilidade em se autoxidarem, pelo início da formação de radicais livres. Fatores como temperatura, enzimas, luz e íons metálicos podem influenciar a formação de radicais livres. Em termos práticos é importante impedir o inicio da formação de radicais livres, que poderá ser feito pelo processamento adequado na produção e com cuidados no armazenamento. Substancias antioxidantes naturais (vit. E, pigmentos xantofilicos, Se) e sintéticas (BHT, BHA, Etoxiquim), podem ser incorporadas para diminuir a OXIDAÇÃO dos ácidos graxos das farinhas.

A farinha de vísceras é obtida da cocção de vísceras de aves, sendo permitida a inclusão de cabeças e pés. Não deve conter penas, resíduos de incubatórios e outras matérias estranhas na sua composição, nem mesmo, devem apresentar contaminação com casca de ovo. A farinha de vísceras, por ser resultante do processamento de resíduos e possuir gordura em sua composição, pode deteriorar-se com facilidade, tornando-se importante a realização de análises laboratoriais de acidez e índice de peróxido para avaliar a conservação. Também é necessário análise de digestibilidade  para  avaliação da qualidade do processamento da farinha. A presença de muito sangue fará com que a mesma apresente digestibilidade elevada, mas não indica que a farinha está bem processada.

Os alimentos de origem animal são utilizados como fonte alternativa de proteína nas rações e, para serem utilizados devem conter também boa digestibilidade. Segundo Anfar (1985), a farinha de vísceras de aves deve conter no mínimo 65% de proteína bruta (PB) e no máximo 1% de fibra bruta (FB) e 7% de matéria mineral (MM), podendo o teor de extrato etéreo (EE) variar de 8 a 12%. Segundo Nunes et al (2005) o fato de a farinha de vísceras  apresentar alto conteúdo de matéria mineral, de cálcio e de fósforo  contribui para o seu baixo conteúdo de energia bruta, uma vez que esse alimento possui elevado teor de extrato etéreo.

http://pt.engormix.com/MA-avicultura/nutricao/artigos/farinha-visceras-alimentacao-aves-t213/141-p0.htm



Ítala Alves

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