A produção brasileira atual de algodão não tem como foco somente o fio do algodão. Hoje em dia os sub-produtos desta cultura também tem grande importância comercial, usados na alimentação humana e animal. Como exemplo desses subprodutos podemos citar: a semente, o óleo, óleo refinado e tortas e farinhas.
Na aqüicultura o farelo do algodão é o subproduto utilizado na alimentação de organismos aquáticos. Possui cerca de 40% de proteína bruta e 12% de proteína bruta e uma composição de aminoácidos essenciais satisfatórias, exceto em relação a lisina. Apresenta uma boa palatabilidade. Uma das preocupações em relação ao uso do farelo de algodão como ingrediente de ração para O.A. é presença de gossipol.
“O gossipol é um pigmento polifenólico, presente na semente de algodão (NRC, 1993). É uma substância que forma complexos estáveis com cátions, podendo causar anemia nos monogástricos, sendo, por isso, considerado fator antinutricional. Pode também combinar-se com algumas proteínas e aminoácidos, indisponibilizando-os para a absorção, sendo esta a principal razão de sua toxicidade e de seu efeito acumulativo (ABOU-DONIA et al., 1970). Segundo BEAUDOIN (1985), o gossipol pode causar anormalidades nas organelas celulares, interferir nos processos bioquímicos e inibir a atividade de várias enzimas.”* O gossipol pode ser eliminado através solventes químicos e pelo calor, o que encarece a produção do farelo. Por esse motivo alguns produtores vêm utilizando a semente do algodão na fabricação da ração.
“Em pesquisas com peixes, OIOLLI et al. (1992) limitaram o uso do farelo de algodão a, no máximo, 33% de inclusão em dietas para a tilápia-do-Nilo, enquanto BARROS et al. (1995), trabalhando com alevinos de carpa comum (Cyprinus carpio), observaram que o nível de 24% de substituição da farinha de peixe pelo farelo de algodão resultou em maior ganho de peso, não sendo observados sinais de problemas antinutricionais. GALDIOLI et al. (2001) trabalharam com alevinos de piavuçu e observaram que a substituição de 50% da proteína de farelo de soja por aquela de farelo de algodão é possível, sem prejudicar o desempenho produtivo dos animais.”*
“Em pesquisas com peixes, OIOLLI et al. (1992) limitaram o uso do farelo de algodão a, no máximo, 33% de inclusão em dietas para a tilápia-do-Nilo, enquanto BARROS et al. (1995), trabalhando com alevinos de carpa comum (Cyprinus carpio), observaram que o nível de 24% de substituição da farinha de peixe pelo farelo de algodão resultou em maior ganho de peso, não sendo observados sinais de problemas antinutricionais. GALDIOLI et al. (2001) trabalharam com alevinos de piavuçu e observaram que a substituição de 50% da proteína de farelo de soja por aquela de farelo de algodão é possível, sem prejudicar o desempenho produtivo dos animais.”*
*trechos retirados de: AVALIAÇÃO DO EFEITO DE DIFERENTES NÍVEIS DE FARELO
DE ALGODÃO SOBRE O DESEMPENHO E A COMPOSIÇÃO CORPORAL DE ALEVINOS DE PIAVUÇU (Leporinus macrocephalus)
Sandra Regina de SOUZA 1; Carmino HAYASHI 2;
Danilo Freire Amorim