terça-feira, 31 de agosto de 2010

Algodão





A produção brasileira atual de algodão não tem como foco somente o fio do algodão.  Hoje em dia os sub-produtos desta cultura também tem grande importância comercial, usados na alimentação humana e animal. Como exemplo desses subprodutos podemos citar: a semente, o óleo, óleo refinado e tortas e farinhas.
Na aqüicultura o farelo do algodão é o subproduto utilizado na alimentação de organismos aquáticos. Possui cerca de 40% de proteína bruta e 12% de proteína bruta e uma composição de aminoácidos essenciais satisfatórias, exceto em relação a lisina. Apresenta uma boa palatabilidade. Uma das preocupações em relação ao uso do farelo de algodão como ingrediente de ração para O.A. é presença de gossipol.
O gossipol é um pigmento polifenólico, presente na semente de algodão (NRC, 1993). É uma substância que forma complexos estáveis com cátions, podendo causar anemia nos monogástricos, sendo, por isso, considerado fator antinutricional. Pode também combinar-se com algumas proteínas e aminoácidos, indisponibilizando-os para a absorção, sendo esta a principal razão de sua toxicidade e de seu efeito acumulativo (ABOU-DONIA et al., 1970). Segundo BEAUDOIN (1985), o gossipol pode causar anormalidades nas organelas celulares, interferir nos processos bioquímicos e inibir a atividade de várias enzimas.”* O gossipol pode ser eliminado através solventes químicos e pelo calor, o que encarece a produção do farelo. Por esse motivo alguns produtores  vêm utilizando a semente do algodão na fabricação da ração.
                Em pesquisas com peixes, OIOLLI et al. (1992) limitaram o uso do farelo de algodão a, no máximo, 33% de inclusão em dietas para a tilápia-do-Nilo, enquanto BARROS et al. (1995), trabalhando com alevinos de carpa comum (Cyprinus carpio), observaram que o nível de 24% de substituição da farinha de peixe pelo farelo de algodão resultou em maior ganho de peso, não sendo observados sinais de problemas antinutricionais. GALDIOLI et al. (2001) trabalharam com alevinos de piavuçu e observaram que a substituição de 50% da proteína de farelo de soja por aquela de farelo de algodão é possível, sem prejudicar o desempenho produtivo dos animais.”*


*trechos retirados de: AVALIAÇÃO DO EFEITO DE DIFERENTES NÍVEIS DE FARELO
DE ALGODÃO SOBRE O DESEMPENHO E A COMPOSIÇÃO CORPORAL DE ALEVINOS DE PIAVUÇU (Leporinus macrocephalus)
Sandra Regina de SOUZA 1; Carmino HAYASHI 2;
Telma SOARES 3; Luciana Segura de ANDRADE 4 (ftp://ftp.sp.gov.br/ftppesca/Souza30_2.pdf)


Danilo Freire Amorim

A FARINHA DE SANGUE COMO COMPONENTE ALTERNATIVO UTILIZADO NA RAÇÃO OFERTADA PARA PEIXES

A farinha de sangue é um componente alternativo que pode diminuir os custos da ração para peixes, indicada principalmente na fase de alevinagem e crescimento dos peixes. Podendo ser usado qualquer tipo de sangue de animal de abatedouro, pode ser bovino, suíno ou ave. Porém, existem alguns cuidados necessários com relação à higiene e ao transporte desse material. Ele pode ser transportado em saco plástico ou mesmo num latão de leite limpo, sem nenhum problema de contaminação. Para se fazer a farinha é necessário que o sangue já esteja coagulado, ou seja, o soro separado das hemácias, pois geralmente se joga o soro fora, também é importante lembrar que se deve utilizar o sangue de um animal saudável, pois o sangue de um animal doente pode não transmitir a doença para o peixe, mas pode causar desconforto a quem estiver manipulando esse material.


Vejamos como manusear sangue:

-A primeira coisa é pôr o sangue coagulado na balança. Inicialmente, se trabalha com uma proporção de meio a meio, ou seja, para um tanto de sangue outro tanto igual de matéria seca. Essa matéria pode ser, por exemplo, o farelo de trigo, mas pode ser farelo de soja ou de milho. Feito isso sangue e farelo são batidos então num misturador, essa mistura é feita exatamente para diminuir a umidade do sangue e dar uma certa consistência, para então poder colocar o material em outro equipamento ,muito utilizado, que é o moedor de carne, segundo alguns zootecnistas o ponto é quando se pega a mistura e consegue moldá-la como se fosse argila.

-Depois a mistura é passada num moedor de carne. Os cordõezinhos extraídos do moedor parecendo macarrão grosso são chamados de “pellets”. A grossura ideal para eles é de dois a três milímetros, depois de adquiridos os cordõezinhos, os mesmos são colocados para secar, de preferência em um dia de sol forte. O pellet de farelo seca em duas ou três horas. Os pellets não podem ser dados para o peixe neste estado pois o sangue ainda está muito concentrado,logo, ele está o dobro da quantidade recomendada numa dieta pratica para os peixes. Quando o material seca, ele concentra demais, e como o sangue tem muito ferro, ele interfere na disponibilidade de outros minerais, tendo em vista que, o ferro em excesso atrapalha a absorção de outros nutrientes, por isso os pellets secos são levados para um triturador. O pó que resulta desse processo é a farinha de sangue.

“A farinha é uma rica fonte proteica. Ela faz parte da constituição do músculo, ela é responsável pelo ganho de peso dos animais. A farinha de sangue produzida dessa forma tem praticamente 100% de digestibilidade. E é na forma de farinha que o sangue entra na dieta dos peixes.

Vejamos uma receita para 100 quilos de ração com os ingredientes balanceados:

30 quilos de farelo de soja

40 quilos de farelo de milho

25 quilos de farinha de sangue

A mistura deve ser “peletizada” novamente num processo idêntico ao descrito antes. Feito isso, ela estará pronta para ser jogada nos tanques.

Dá para observar que os grãozinhos flutuam. É que a última peletização geralmente é feita num processo de extrusão, que permite justamente que a ração fique boiando. Ração que afunda desperdiça muito.

O sangue é um produto que não pode ser desperdiçado, poluindo o meio ambiente. Ele é muito importante na alimentação animal. Lembrando que se deve usar sempre sangue obtido de frigorífico onde haja inspeção federal.

POSTADO POR CRISTIANE RAFAELA

Texto feito com base em uma entrevista feita pelo globo rural  a um criador de peixes!!!


segunda-feira, 30 de agosto de 2010

PRINCIPAIS FONTES PROTÉICAS NA ALIMENTAÇÃO DE PEIXES

a) Farelo de Soja: amplamente empregado na formulação de rações para peixes, pode ser encontrado nas mais diversas regiões do país, com preço variável. A qualidade deste alimento pode sofrer influências de fatores chamados antinutricionais que podem comprometer o desempenho dos animais. Portanto, a torragem adequada da soja antes do preparo da ração é fundamental para bloquear a ação destes fatores.

b) Farinha de Peixe: é um subproduto desidratado e moído, obtido pela cocção do peixe integral, do corte de órgãos ou de ambos, após extração parcial do óleo. Apresentam equilíbrio ideal em aminoácidos essenciais e é importante fonte de fósforo e microminerais (zinco, manganês, cobre, selênio e ferro) aos peixes.

c) Farelo de Algodão: caracteriza-se por apresentar alto nível de proteína; porém, também apresenta fatores antinutricionais, o que limita sua utilização a níveis preestabelecidos, de acordo com cada espécie.

d) Farelo de Amendoim: este alimento, embora tenha níveis bons de proteína, apresenta alguns problemas de utilização, tais como: alto teor de óleo, tornando-se susceptível à rancidez; pode apresentar contaminações por fungos (aflatoxinas), entre outros.

e) Farelo de Canola: o uso deste alimento nas rações de peixe ainda não foi muito estudado, mas acredita-se que seja uma fonte potencial de origem vegetal.

f) Concentrados Protéicos de Origem Vegetal: em muitos casos, estes concentrados se assemelham à farinha de peixe quanto ao nível protéico. Geralmente, podem ser incluídos nas rações em maior quantidade que os farelos. Exemplos: concentrado protéico de soja, concentrado protéico de colza, concentrado protéico de folhas de diferentes plantas.

g) Farinha de Carne e Ossos: é um alimento protéico de origem animal, que tem limitações quanto à sua inclusão nas rações, muitas vezes atribuída aos altos teores de cálcio e fósforo nela presentes.

h) Farinha de Sangue: na maioria das vezes, a digestibilidade deste alimento é baixa para os peixes, devido ao processamento inadequado. A qualidade do produto deve ser a melhor possível, para evitar problemas posteriores.

i) Levedura: trata-se de um subproduto da indústria alcooleira, sendo que sua disponibilidade no mercado tem aumentado nos últimos anos.


Postado por: Danilo Rodrigues Fernandes

Extraído do Texto: Manejo Alimentar de Peixes.
Autores: Paula Adriane Perez Ribeiro, Juliana Sampaio Guedes Gomiero e Priscila Vieira Rosa Logato.


Texto Original: http://www.editora.ufla.br/BolExtensao/pdfBE/bol_53.pdf

domingo, 29 de agosto de 2010

Forma física da ração para peixes

Já que se fala tanto nos ingredientes das rações para os peixes, vamos saber um pouco quais as formas físicas das rações fornecidas na dieta dos peixes, tendo em vista que os peixes por viverem em meio aquático, têm problemas de perda de nutrientes, principalmente os mais solúveis. Sendo assim, o processamento adequado da ração é fundamental na alimentação dos animais. As formas físicas nas quais pode se fornecer a ração aos peixes são:

Ração farelada: os ingredientes da ração são apenas moídos e misturados. Sua utilização não é recomendada, uma vez que as perdas de nutrientes são muito grandes, causando não só problemas aos peixes, como a poluição da água dos tanques.


Ração peletizada: por meio da combinação de umidade, calor e pressão, as partículas menores são aglomeradas, dando origem a partículas maiores. Sua estabilidade na superfície da água deve estar em torno de 15 minutos, o que garante sua qualidade. Este tipo de ração reduz as perdas de nutrientes na água, pode eliminar alguns compostos tóxicos, diminui a seleção de alimento pelos peixes, além de reduzir o volume no transporte e armazenamento da ração. Porém, tem um custo de produção mais elevado quando comparada à ração farelada.

Ração extrusada: a extrusão consiste num processo de cozimento em alta temperatura, pressão e umidade controlada. Sua estabilidade na superfície da água é de cerca de 12 horas, tornando o manejo alimentar com este tipo de ração mais fácil. Atualmente, tem sido a forma de ração mais indicada para a piscicultura.

Para mais informações acesse:  http://www.editora.ufla.br/BolExtensao/pdfBE/bol_53.pdf
 
CRISTIANE RAFAELA

sábado, 28 de agosto de 2010

Fonte de Energia

Os concentrados energéticos de origem vegetal que são frequentemente utilizados como ingredientes em rações para peixes é o milho, sendo a principal fonte de energia tanto para peixes onívoros como para peixes carnívoros, o farelo de arroz e o sorgo podem substituir o milho em partes, muito embora o sorgo apresente fatores antinutricionais como o tanino. Um outro alimento que vem sendo testado no sul do país para a alimentação de peixes é a aveia. Segundo dados do IBGE, a produção brasileira de aveia com casca em 1996 foi de 117.789 toneladas, sendo que destes, 110.659 foram produzidos nos estados de Santa Catarina e Paraná.
Através de análise realizada nos laboratórios de Nutrição Animal da EPAGRI/Lages-SC foi constatado que a aveia possui, entre outros nutrientes, proteína bruta em torno de 12%, a qual pode atender parte das necessidades nutricionais dos peixes (GRAEFF et al, 2007).
Segundo Cantelmo (1989) citado por Graeff et al, (2007) o requerimento nutricional básico para as espécies de peixes até o momento estudado, tem resultado em uma conversão alimentar entre 1,5 a 2,0. Comparando com os animais domésticos, os peixes são mais eficientes na utilização do alimento.
O desafio para a nutrição de peixes no futuro não é apenas aumentar a eficiência na conversão alimentar, mas também desenvolver alimentos mais baratos, não prejudicando o crescimento, ganho de peso e a sobrevivência. (GRAEFF et al, 2007)

Diego Dantas
Saiba mais acessando http://www.bioline.org.br/pdf?la07006

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Utilização de Glutens em rações para peixes

Uma outra alternativa de ingredientes protéicos para formulação de rações são os glutens de milho e de trigo, os quais, segundo Hardy (1999), são os melhores produtos de grãos para fornecer proteína para peixes.

Wu et al. (1995), testando dietas baseadas em glúten de milho e farelo de soja livres de farinha de peixe, obtiveram resultados de ganho de peso, deposição de proteína e conversão alimentar melhores comparados à dieta com farinha de peixe.

O glúten de milho e o de trigo possuem altos teores de PB, 60 e 70-80%, respectivamente, com grande digestibilidade (99%), pouca fibra; são ricos em vitaminas B e E e não possuem fatores antinutricionais como a soja. (Robiana et al., 1999; Storebakken et al., 2000). Entretanto, também são deficientes em lisina, seu primeiro aminoácido limitante (Wu et al., 1998).

Quando o glúten de milho substitui até 40% da farinha de peixe na alimentação de Turbot, não se observam diferenças no ganho de peso, na utilização da proteína e na conversão alimentar  (Regost et al., 1999).


Deseja saber mais? Texto de origem: http://www.cbra.org.br/pages/publicacoes/rbra/download/RB067%20Teixeira%20(farinha%20de%20peixes)%20pag%20118-125.pdf
 
Ítala Alves

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A SOJA COMO FONTE PROTEICA

Dentre as proteínas de origem vegetal a soja, Glycine max (L), é considerada a nível global como a opção com maior potencial para substituir a farinha de peixe na formulação das rações comerciais, tanto para peixes de água doce quanto para marinhos.
O farelo de soja possui um perfil de aminoácidos que contém lisina e metionina em maiores quantidades que em outros vegetais; é rico em lipídeos, possuindo a quase totalidade dos ácidos graxos necessários para os peixes de água doce. A proteína desse vegetal é especial por atender os requisitos nutricionais básicos de


1) digestibilidade elevada e
2) balanço adequado de aminoácidos essenciais, sendo em alguns casos, considerada análoga à da carne e leite, mesmo para a nutrição humana.
No aspecto de disponibilidade, o Brasil está em posição vantajosa em relação a outros países, por ser o segundo produtor mundial de soja, com produção de 25 milhões de toneladas na safra 1994/5.
Quanto à distribuição da produção, essa planta asiática - originalmente de clima temperado - é atualmente cultivada em todas as regiões brasileiras, graças à seleção genética realizada no país.
A soja seria, portanto, a única fonte protéica vegetal a cumprir todos os requisitos comerciais de disponibilidade em larga escala, de preço e de qualidade nutricional adequada.
 
DIEGO DANTAS

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Farinha de Salmão

A farinha de salmão é um alimento ideal para crescimento e desenvolvimento dos peixes, tanto alevinos quanto adultos, quando misturado nas receitas de patês. Com um alto teor de proteína, oferece saúde e vitalidade aos peixes.